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segunda-feira, 27 de maio de 2013

COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO: SÓ NAS FESTAS


Recentemente, foi criada no Ceará a Comissão de Erradicação do Trabalho escravo, composta por uma Secretaria do Governo Estadual, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Tribunal Regional do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública etc. Tudo muito bonito e com um discurso midiático, simpático e melífluo. Houve solenidade, discursos, convênios, pompa...
Mas o trabalho forçado, uma variante do trabalho escravo, está muito mais próximo destas mesmas instituições do que elas apregoam, ao lançar um olhar distante do próprio quintal. Causam “trabalho forçado” as constantes liminares que o TRT vem concedendo ao determinar o retorno coercitivo de trabalhadores ao serviço, nas greves, muitas vezes sem nem ouvir o lado contrário. Ora, ninguém pode ser compelido a trabalhar contra a própria vontade, esta é a mais comezinha das liberdades do contrato de emprego. Um trabalhador pode se recusar a trabalhar e, por consistir justa causa, ser despedido; mas jamais pode ser obrigado a trabalhar contra a própria vontade.
Também constitui violência aos direitos dos trabalhadores, aí incluídos os servidores públicos, a falta de diálogo dos patrões e dos governos, que não prezam pela decência no ambiente de trabalho, pela segurança e pelas condições dignas. A arrogância patronal, que se recusa a negociar em condições horrendas que causam acidentes quase diários, e perseguição a quem ousa empunhar a bandeira de defesa da categoria são, igualmente, práticas que violam a democracia e a saúde do trabalho. Abafar as reclamações dos trabalhadores pela força, pelo poder institucionalizado e manipulado por governos, por instituições e patrões, com retaliações e ameaças, é típico ato que gera indignidade e insatisfação dos oprimidos; é expressão inequívoca de ditadura.
Então, os discursos embelezados por festas e solenidades, sem a real atuação no que seja de competência de cada instituição já não dão credibilidade às falsas políticas trabalhistas.
Raimundo Nonato Gomes
Presidente SINTEPAV-CE/FORÇA SINDICAL CE

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