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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os cristãos tomam a praça do Congresso, mas são banidos do noticiário


Milhares de cristãos tomaram o gramado em frente ao Congresso Nacional nesta quarta-feira. A manifestação conta com o apoio de diversas denominações, inclusive de correntes católicas. Às 17h30, os organizadores do evento anunciavam a presença de 70 mil pessoas; a Polícia Militar do Distrito Federal estimava em 40 mil. Que outra força consegue reunir tanta gente num dia útil? Não sei. O que espanta, no entanto, não é isso, não. A exemplo do que aconteceu com a Marcha para Jesus, no Rio, no último dia 25 (que pode ter levado até 500 mil pessoas às ruas), também a manifestação de hoje foi editorialmente ignorada pela grande imprensa. Qualquer protesto de meia dúzia de gatos-pingados merece muito mais espaço.

Há uma clara manifestação de arrogância em relação às opiniões e às convicções de milhões de brasileiros, ali representados por muitos milhares. Parece que se parte do seguinte princípio: “Se eu não noticio, então não existe”. A mera comparação pode ser devastadora para aqueles que dizem seguir um jornalismo isento e independente. Todos os protestos contra o Marco Feliciano, por exemplo, que reuniam, muitas vezes, não mais do que duas ou três dezenas de pessoas, mereceram ampla cobertura da imprensa. Até as manifestações de pura truculência às portas de templos religiosos em que ele pregaria ganharam ampla visibilidade.
Os que discordam do ponto de vista dos evangélicos podem achar que esse é, sim, um bom caminho. Afinal, como consideram “reacionária” a pauta daqueles cristãos, acham correto que a imprensa abra mão de seu papel, que é noticiar o que sabe, o que apura e o que vê. Trata-se de um engano fatal, amigo! Amanhã, essa mesma imprensa pode ignorar algum outro assunto que você considera fundamental porque está fora da sua (dela) agenda.
É claro que sempre se pode adotar o paradigma Luís Roberto Barroso (sim, ainda falarei de sua sabatina): imprensa boa e isenta é aquela que pensa o que pensamos; imprensa ruim e parcial é aquela da qual discordamos…

05/06/2013 às 19:32
Por Reinaldo Azevedo

Fonte: Veja

Um comentário:

Anônimo disse...

Darcy escreveu: "Enfim uma boa notícia: a marcha do preconceito, organizada por Silas Malafaia, Feliciano e seu grupo político foi um relativo fracasso. É claro que tinha bastante gente, isso já era esperado. Silas Malafaia anunciou, durante sua fala – ponto “alto” do ato, que haviam 70 mil pessoas. Descontados os exageros do pastor fanático, é melhor ficar com os números da polícia: 30 a 40 mil pessoas. Nos dias anteriores ao ato, Malafaia anunciava que estariam presentes mais de 100 mil pessoas – falava-se até em 300 mil pessoas. O grupo político em torno de Malafaia, Feliciano e do Pastor Marcos Pereira, preso há 1 mês no Rio de Janeiro, esperava com esse ato fazer uma grande demonstração de força. Investiram muito dinheiro para veicular comerciais no horário nobre das TVs de Brasília, montar uma enorme estrutura de palco, alimentação e ônibus para transportar fies de suas igrejas e ainda trouxeram as grandes estrelas do mundo gospel (Aline Barros, André Valadão, Eyshila, Nani Azevedo, Thalles Roberto, Bruna Karla, David Quinlan e Cassiane). Mas a maior derrota da marcha do preconceito foi não ter conseguido ampliar para nenhum outro setor no movimento evangélico. Ficou restrito ao grupo político de Malafaia e do Feliciano (que vira e mexe disputam mercado religioso entre si). Não havia no ato nenhum pastor ou deputado/pastor da Igreja Universal ou da Assembleia de Deus – congregação que reúne a verdadeira maioria dos evangélicos no Brasil. Também não havia nenhuma liderança dos evangélicos históricos – que são o setor com maior densidade teológica e maior respeitabilidade. Também não estiveram presentes outros deputados fundamentalistas, o que demonstra que a maioria esmagadora dos evangélicos (mesmo os conservadores) não cofiam na liderança de Malafaia. O único presente que falou em nome dos católicos foi o deputado Jair Bolsonaro. Contraditoriamente um defensor da ditadura militar e da tortura foi chamado para defender a liberdade de expressão."