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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Reflexão: A falácia da aposta nos investimentos externos (Henrique Rattner)

“[...] O que fazer diante dessa tendência de desequilíbrio crescente, tanto interno quanto externo? [...] Houve industrialização, mas o desemprego aumentou, a deterioração do meio ambiente aumentou o clima social na comunidade sem dúvida alguma se deteriorou.
A aposta nos investimentos externos é falaciosa, ela não funciona, porque afinal toda a experiência mostra que quando ele vem, vem com imposições para setores e para atividades que não são de maior interesse nacional. E somente quando o governo for suficientemente forte, apoiado pela população, é que poderia dizer: esse não, esse se vier tem que ir para esse setor e nessas condições, e não simplesmente ceder a todas as pressões e injunções dos investidores. A questão do investimento externo tem de ser descartada, muito embora seja essa a política do governo brasileiro no momento que proclama: nós precisamos demonstrar seriedade, cumprir o ajuste fiscal, o equilíbrio das contas externas, controlamos a inflação, porque assim vamos atrair os investimentos estrangeiros. Ora, é uma grande ilusão, porque os investimentos estrangeiros oscilam ao sabor de informações semeadas muitas vezes de propósito pela imprensa e por veículos apropriados para fazer subir ou descer o risco Brasil, a taxa cambial e, portanto, a propensão do capital de ficar no país.
Então, daí vem uma questão quase natural: por que não há investimento interno, onde é que ele está? Por que nós, país rio, no berço esplêndido, temos que apostar em investimento estrangeiro?”[1]

(Henrique Rattner)


[1] RIGOTTO, Raquel Maria. Desenvolvimento, Ambiente,  Saúde: implicações da (des)localização industrial. Prefácio: Henrique Rattner. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. p. 13.

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