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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Operários de obras de dois COTs em MT fazem greve por atraso de salário

Funcionários dos COTs da UFMT e da Barra do Pari entraram em greve.
Categoria protesta contra corte do percentual de produção e atraso de salário
Operários das obras do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, e da Barra do Pari, em Várzea Grande, região metropolitana da capital, entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira. De acordo com José Antônio Jacinto, encarregado de carpintaria do COT da UFMT, a empresa reduziu o percentual pago por produção dos trabalhadores e ainda atrasou o pagamento de salário referente ao mês passado e, por isso, houve a paralisação.
A reportagem tentou entrar em contato com a Engeglobal, empresa responsável pela obra, porém até o fechamento desta reportagem o representante não atendeu as ligações.
O encarregado da obra informou que pelo menos 40 operários aderiram à paralisação e se encontram reunidos na UFMT para protestar.
- Já tentamos contato com a empresa, mas eles não falam com a gente, não conversam - afirmou.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicccm), os operários alegam que a empresa encarregada pela obra não estaria cumprindo os acordos trabalhistas.
- Chegou um engenheiro da empresa e fixou um cartaz dizendo que a empresa não pagaria extras e nem a produção. Com isso, tem operário que vai ter redução de 80% no salário. Como vamos viver com isso? - reclamou José Jacinto.

Conforme o sindicato, os trabalhadores protestam contra a decisão do consórcio responsável pela obra de deixar de pagar o percentual pela produção a partir do salário de agosto, repassando apenas o piso salarial. Essa redução implicaria na redução salarial, no caso dos carpinteiros, de R$ 2.300,00, incluindo o percentual pago pela produção, para R$ 1.108,00.
Outra denúncia dos operários é em relação ao recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que não estaria sendo depositado. Conforme o sindicato, a categoria também denunciou casos de desvio de função e descontos indevidos no holerite.
- Assinamos o nosso holerite na segunda-feira [7] e até agora o salário não caiu na conta - afirma o encarregado da obra.
Em março deste ano, cerca de 190 funcionários da COT da UFMT haviam paralisado as atividades para reivindicar o pagamento de salários atrasados e melhores condições de trabalho. Além de atraso no salário, os operários reclamavam das condições precárias de trabalho, como falta de água, banheiros entupidos, alimentação inadequada, horas extras não contabilizadas e ponto batido por terceiros. No final do mês de fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá denunciou as más condições de trabalho nas obras do COT da UFMT aos órgãos trabalhistas.
À época, o presidente da empresa Engeglobal, Robério Garcia, admitiu que o canteiro de obras precisava de adequação, já que o número de funcionários havia aumentado nos últimos meses. Quanto aos outros itens reclamados pelos trabalhadores, ele negou a existência e garantiu que iria checar, principalmente a questão do ponto.
Mais de 200 operários do COT da Barra do Pari também paralisaram as atividades no início de maio deste ano, para reivindicar contra a redução salarial e corte nas horas de produção, até mesmo denunciam casos de desvio de função de trabalho. Nessa época, a empresa responsável pela obra pediu o prazo de três dias para regularizar a situação.
COTs
Os dois centros de treinamento foram construídos para receber as seleções que vieram jogar a Copa do Mundo em Cuiabá. Ambos ainda não ficaram prontos, mesmo com prazo estipulado para o fim do ano passado. O COT da UFMT custou cerca de R$ 17 milhões, enquanto o da Barra do Pari saiu por R$ 26 milhões.
Durante o Mundial, apenas o COT da UFMT foi utilizado por duas seleções (Coreia do Sul e Nigéria), mesmo inacabado. Após a Copa, ele será um centro de referência olímpica, já que uma pista oficial de atletismo está sendo construída. Já o COT Barra do Pari será um mini-estádio com capacidade para três mil torcedores. O Operário, inclusive, já marcou o primeiro jogo do local para o dia 10 de agosto, contra o Luiziânia, pela Série D do Campeonato Brasileiro.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/mt/copa-do-mundo/noticia/2014/07/operarios-de-obras-de-dois-cots-em-mt-fazem-greve-por-atraso-de-salario.html

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