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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Espiritualidade/História: Túmulo de Allan Kardek - Cemitério do Père-Lachaise (Paris/França)

O cemitério do Père-Lachaise (em francês Cimetière du Père-Lachaise) é o maior cemitério de Paris e um dos mais famosos do mundo. Está situado no 20º arrondissement de Paris.
No início do século XIX, vários novos cemitérios substituíram as antigas necrópoles parisienses. Fora dos limites da cidade foram criados o cemitério de Montmartre a norte, o cemitério do Père-Lachaise a leste, o cemitério de Montparnasse a sul e, no coração da capital, o cemitério de Passy.
A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Théodore Brongniart em 1803 e, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares a 43 hectares
O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a François d'Aix de La Chaise (1624-1709), dito le Père La Chaise ("o padre La Chaise"), confessor do rei Luís XIV da França, sobre quem exerceu influência moderadora na luta contra o jansenismo.
Em 21 de maio de 1804, o cemitério foi oficialmente aberto para uma primeira inumação; a de uma pequena menina de cinco anos. Todavia, os parisienses não aceitavam de bom grado a necrópole, localizada distante do centro, numa zona de difícil acesso. Esta situação só mudaria quando para lá foram transferidas ossadas de importantes personalidades, apaziguando as críticas da elite parisiense.
Ao sul do cemitério encontra-se o Muro dos Federados, contra o qual 147 dirigentes da Comuna de Paris foram fuzilados em 28 de maio de 1871.
Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 3 de outubro de 1804 — Paris, 31 de março de 1869) foi um influente educador, autor e tradutor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o codificador do Espiritismo (neologismo por ele criado), também denominado de Doutrina Espírita. Foi um pioneiro na pesquisa científica sobre fenômenos paranormais (mais notoriamente a mediunidade), assuntos que antes costumavam ser considerados inadequados para uma investigação do tipo.
Personalidades sepultadas
Escritores e poetas
Honoré de Balzac (1799-1850), escritor (divisão 48)
Paul Éluard (1895-1952), poeta francês (divisão 97)
Oscar Wilde (1854-1900), escritor e dramaturgo irlandês (divisão 89)
Savinien Cyrano de Bergerac (1619-1655), escritor francês
Jean de La Fontaine (1621-1695), poeta francês (divisão 25)
Marcel Proust (1871-1922), escritor francês
Raymond Roussel (1877-1933), escritor francês (divisão 89)
Sully Prudhomme (1839-1907), escritor francês (primeiro prêmio Nobel de Literatura) (divisão 44)
Colette (1873-1954), escritora francesa (divisão 4)
Alphonse Daudet (1840-1897), escritor francês (divisão 26)
Jean Paul Aron (1925-1988), escritor francês
Escultores e pintores

Eugène Delacroix (1798-1863), pintor francês
Max Ernst (1891-1976), artista alemão (divisão 87)
Horácio Pinto da Hora (1853-1890), pintor brasileiro, um dos mais destacados do Romantismo
Camille Pissarro (1830-1903), pintor francês
Jeanne Hébuterne (1898-1920), pintora francesa
Amedeo Modigliani (1884-1920), pintor e escultor italiano
Filósofos, sociólogos e historiadores
Pierre Bourdieu (1930-2002), sociólogo francês (divisão 28)
Fernand Braudel (1902-1985), historiador francês
Jacques-Joseph Champollion (1778-1867), arqueólogo francês
Jean-François Champollion (1790-1832), egiptólogo francês (divisão 18)
Auguste Comte (1798-1857), filósofo francês (divisão 17)
Jules Barthelemy (1805-1895), filósofo francês (divisão 4)
Jules Michelet (1798-1874), historiador francês
Émile-Auguste Chartier (1868-1951), filósofo francês
Pedro Abelardo (1079-1142), filósofo, teólogo e professor francês
Heloísa de Paráclito, (1090?1 -1164), escritora e filósofa francesa
Músicos e cantores
Gilbert Bécaud (1927-2001), cantor francês (divisão 45)
Maria Callas (1923-1977), cantora lírica greco-americana (sua cinzas foram jogadas no mar Egeu) (divisão 87)
Gustave Charpentier (1860-1956), compositor francês (divisão 10)
Frédéric Chopin (1810-1849), compositor polaco (divisão 11)
Jim Morrison (1943-1971), cantor do The Doors (divisão 16)
Édith Piaf (1915-1963), cantora francesa (divisão 97)
Gioacchino Rossini (1792-1868), compositor de ópera italiano (divisão 4)
Enrico Tamberlick (1820-1889), tenor italiano (divisão 11)
Actores e Cineastas
Sarah Bernhardt (1844-1923), atriz francesa (divisão 44)
Molière (1622-1673), autor de teatro francês (divisão 25)
Marcel Camus (1912-1982), cineasta francês
Marcel Marceau (1923-2007), ator e mímo francês
François-Joseph Talma (1763-1826), ator francês
Yves Montand (1921-1991), ator e cantor ítalo-francês (divisão 44)
Loïe Fuller (1862-1928), atriz e dançarina norte-americana.
Josette Day (1914-1978), atriz francesa
Marie Trintignant (1962-2003), atriz francesa (divisão 45)
Annie Girardot (1931-2011), atriz francesa
Maria Schneider (1952-2011), atriz francesa
Outros
Isadora Duncan (1877-1927), dançarina americana (divisão 87)
Allan Kardec (1804-1869), codificador do espiritismo (divisão 44)
Amélie Gabrielle Boudet (1795-1883), professora e artista plástica francesa, esposa de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)
Laura Marx (1845-1911), militante comunista e filha de Karl Marx (divisão 77)
Zénobe Gramme (1826 - 1901), inventor belga (divisão 94)
André Masséna (1758-1817), marechal do Império napoleónico (divisão 28)
Joaquim Murat (1767-1815), marechal do Império napoleónico e rei de Nápoles (divisão 39)
Isaac Titsingh (1745-1812), embaixador dos Países Baixos (divisão 28)
Carolina Bonaparte (1782-1839), rainha consorte do reino de Nápoles
Joseph Leopold Hugo (1773-1828), general francês, pai de Victor Hugo (divisão 27)
Laurent Fignon (1960-2010), ciclista francês
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_do_P%C3%A8re-Lachaise

Sobre Kardec
Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 3 de outubro de 1804 — Paris, 31 de março de 1869) foi um influente educador, autor e tradutor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec,[1] notabilizou-se como o codificador[nota 1] do Espiritismo (neologismo por ele criado), também denominado de Doutrina Espírita. Foi discípulo do reformador educacional Johann Heinrich Pestalozzi e um dos pioneiros na pesquisa científica sobre fenômenos paranormais (mais notoriamente a mediunidade), assuntos que antes costumavam ser considerados inadequados para uma investigação do tipo.[2][3][4]

Adotou o seu pseudônimo para uma diferenciação da Codificação Espírita em relação aos seus anteriores trabalhos pedagógicos.
Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.
Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Yverdon, em Yverdon-les-Bains, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras.
Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração. Conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês e holandês, além de dominar perfeitamente os idiomas italiano e espanhol.
Era membro de diversas sociedades acadêmicas, entre elas o Instituto Histórico de Paris e a Academia Real de Arras; esta última, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema "Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?".[2][5]
A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet. Em 1824, retornou a Paris e publicou um plano para aperfeiçoamento do ensino público. Após o ano de 1834, passou a lecionar, publicando diversas obras sobre educação, e tornou-se membro da Real Academia de Ciências Naturais.[6]
Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia[7] comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, elaborou um manual de aritmética, que foi adotado por décadas nas escolas francesas, e um quadro mnemônico da História da França, que visou facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país.
As matérias que lecionou como pedagogo são: Química, Matemática, Astronomia, Física, Fisiologia, Retórica, Anatomia Comparada e Francês.[8]
Das mesas girantes à Codificação
Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal do qual era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a frequentar reuniões em que tais fenômenos se produziam.
Durante este período, também tomou conhecimento do fenômeno da escrita mediúnica - ou psicografia, e assim passou a se comunicar com os espíritos. Um desses espíritos, conhecido como um "espírito familiar", passa a orientar os seus trabalhos. Mais tarde, este espírito lhe informa que já o conhecia do tempo das Gálias, com o nome de Allan Kardec. Assim, Rivail passa a adotar este pseudônimo, sob o qual publicou as obras que sintetizam a Doutrina Espírita.[6]
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Kardec dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos científicos, filosóficos e moral, com o objetivo de lançar sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do homem.
Tendo iniciado a publicação das obras de Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Os últimos anos
Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos simpatizantes, e defendê-lo dos opositores através da Revista Espírita Ou Jornal de Estudos Psicológicos. Já com cerca de oito milhões de seguidores,[1] faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos. Acima de sua tumba, seu lema: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.
Em seu sepultamento, seu amigo, o astrônomo francês Camille Flammarion proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo:[9]
“Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (…) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!”
—Camille Flammarion
Sobre Kardec, o engenheiro francês Gabriel Delanne escreveu:[10]
“Substituindo a fé cega numa vida futura, pela inquebrantável certeza, resultante de constatações científicas, tal é o inestimável serviço prestado por Allan Kardec à humanidade.”
—Gabriel Delanne
Nas palavras do brasileiro Alexander Moreira-Almeida, coordenador da "Seção de Espiritualidade, Religiosidade e Psiquiatria" da Associação Mundial de Psiquiatria[11][12]:
“Kardec foi um dos pioneiros a propor uma investigação científica, racional e baseada em fatos observáveis, das experiências espirituais. Desenvolveu todo um programa de investigação dessas experiências, ao qual deu o nome de Espiritismo.”
—Alexander Moreira-Almeida
Obras
O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, dentre os quais destacam-se:[13]
1824 - Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família, com modificações - 2 tomos
1828 - Plano Proposto Para a Melhoria da Instrução Pública (coroado pela Academia Real de Arras)
1831 - Gramática Francesa Clássica
1831 - Qual o sistema de estudo mais consentâneo com as necessidades da época?.
1846 - Manual dos exames para os títulos de capacidade: soluções racionais de questões e problemas de Aritmética e de Geometria
1848 - Catecismo gramatical da Língua Francesa
1849 - Programa dos Cursos ordinários de Química, Física, Astronomia, Fisiologia
1849 - Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona
1849 - Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas
Diplomas obtidos[editar | editar código-fonte]
Lista dos principais diplomas obtidos por Denizard Rivail durante a sua carreira de professor e diretor de colégio:[8]
Diploma de fundador da Sociedade de Previdência dos Diretores de Colégios e Internatos de Paris - 1829
Diploma da Sociedade para a Instrução Elementar - 1847. Secretário geral: H. Carnot.
Diploma do Instituto de Línguas, fundado em 1837. Presidente: Conde Le Peletier-Jaunay.
Diploma da Sociedade de Educação Nacional, constituída pelos diretores de Colégios e de Internatos da França - 1835. Presidente: Geoffroy de Saint-Hilaire.
Diploma da Sociedade Gramatical, fundada em Paris em 1807, por Urbain Domergue - 1829.
Diploma da Sociedade de Emulação e de Agricultura do Departamento do Ain - 1828 (Rivail fora designado para expor e apresentar em França o método de Pestalozzi).
Diploma do Instituto Histórico, fundado em 24 de Dezembro de 1833 e organizado a 6 de Abril de 1834. Presidente: Michaud, membro da academia francesa.
Diploma da Sociedade Francesa de Estatística Universal, fundada em Paris, em 22 de Novembro de 1820, por César Moreau.
Diploma da Sociedade de Incentivo à Indústria Nacional, fundada por Jomard, membro do Instituto.
Medalha de ouro, 1º prêmio, conferida pela Sociedade Real de Arrás, no concurso realizado em 1831, sobre educação e ensino.
Contracapa da versão de 1860 d'O Livro dos Espíritos, a principal obra publicada por Kardec.
Obras espíritas
As cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo, sob o pseudônimo Allan Kardec, são:
O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de abril de 1857;
O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em janeiro de 1861;
O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864;
O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865;
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em janeiro de 1868.
Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares:
Revista Espírita (periódico de estudos psicológicos), publicada mensalmente de 1 de janeiro de 1858 a 1869;
O que é o Espiritismo? (resumo sob a forma de perguntas e respostas), em 1859;
Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo Livro dos Médiuns; publicada no Brasil pela editora O Pensamento)
O Espiritismo em sua expressão mais simples, em 1862;
Viagem Espírita em 1862 (1867) (publicada no Brasil pela editora O Clarim).
Após o seu falecimento, viria à luz:
Obras Póstumas, em 1890.
Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:
O Principiante Espírita (pela editora O Pensamento)
A Obsessão (pela editora O Clarim)
Citações
Busto em bronze de Allan Kardec.
Selo dos Correios em homenagem ao centenário de seu falecimento (1969).
"A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação."[14]
"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as consequências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas."[15]
"(…) o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor. O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que não tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque esses laços são perecíveis, ao passo que os do Espírito são eternos. Esses laços, uma vez bem compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e mais tarde sobre a Legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essa anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje…"[16]
Concepções espíritas sobre sua vida
Segundo várias fontes, seu pseudônimo foi escolhido pois um espírito revelou-lhe que haviam vivido juntos entre os druidas, na Gália, e que então o Codificador se chamava "Allan Kardec".[1][17][18]
No 4º Congresso Mundial em Paris (2004), o médium brasileiro Divaldo Pereira Franco psicografou ao inverso, em francês (língua desconhecida por ele),[19] uma mensagem atribuída ao espírito de León Denis declarando que Allan Kardec fora a reencarnação de Jan Hus, um reformador religioso do século XV. Esta informação já foi dada em diversas fontes diferentes,[20][21][22][23] o que está de acordo com o Controle Universal do Ensino dos Espíritos, que Kardec definiu da seguinte forma: "uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos - a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares."[24]
No livro Cartas e Crônicas, de Irmão X, pseudônimo do espírito Humberto de Campos, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em 1966, no capítulo intitulado Kardec e Napoleão, relata-se o episódio em que estes últimos são apresentados pelo Espírito da Verdade, na noite de 31 de dezembro de 1799, no plano espiritual. O desencarnado que reencarnará como Allan Kardec é um espírito superior, apresentado como o apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento, enquanto Napoleão Bonaparte, reencarnado e em desdobramento, durante o sono físico, é informado que renasceu para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre.[25][26]
Notas
Ir para cima Diz-se codificador pois o seu trabalho foi o de reunir, compilar e sistematizar textos recebidos por diversos médiuns naquela época
Referências
Ir para: a b c Nani Rubin (24 de novembro de 2013). «Livro Reconstitui a Gênese do Espiritismo». O Globo. Consultado em 22 de junho de 2014.
Ir para: a b Moreira-Almeida, Alexander (2008). Allan Kardec and the development of a research program in psychic experiences. Proceedings of the Parapsychological Association & Society for Psychical Research Convention. Winchester, UK.
Ir para cima Moreira-Almeida, Alexander. (2 de setembro de 2008). «Spiritism: The Work of Allan Kardec and Its Implications for Spiritual Transformation». Metanexus Institute. Consultado em 17 de novembro de 2014.
Ir para cima Eliane Rezende Garcia. A Educação: saber e sabor na relação entre sujeitos. Ponto-e-Vírgula, 10: 282-285, 2011. PUC-SP. ISSN 1982-4807.
Ir para cima «Textos - Allan Kardec». Espirito.org.br.
Ir para: a b Encyclopædia Britannica, 1997. Vol.8. p.390
Ir para cima Algumas fontes não confirmadas dizem que Allan Kardec teria sido médico. Pesquisas posteriores, no entanto demonstraram que ele foi professor de Anatomia. Retirado do rodapé desta página da FEB: [1]
Ir para: a b SOARES, p. 13
Ir para cima KARDEC, Allan. Obras Póstumas (14ª edição). Rio de Janeiro: FEB, 1975. p. 30
Ir para cima Carta de Delanne publicada na Revista Espírita em 1907. Disponível em Autores Espíritas Clássicos. «Gabriel Delanne - sua vida, seu apostolado e sua obra» (.doc). Paul Bodier e Henri Regnault. Consultado em 03/04/2010. Ver em HTML.
Ir para cima «Psiquiatra da ABP é eleito coordenador na Associação Mundial de Psiquiatria».; 10/10/2014. Associação Brasileira de Psiquiatria. Página visitada em 21/10/2014.
Ir para cima Tiago Cordeiro. Allan Kardec e o espiritismo, uma religião bem brasileira (14/10/2014). Aventuras na História - Guia do Estudante. Página visitada em 18/11/2014.
Ir para cima SOARES, p. 14
Ir para cima O Céu e o Inferno, Primeira Parte, cap. 2
Ir para cima A Gênese, Capítulo I, item 14
Ir para cima Revista Espírita 1861, pág. 297-298
Ir para cima Mauro Quintella (Janeiro - Fevereiro de 1998). «Allan Kardec, o chefe druida». Espirito.org.br. Consultado em 19 de abri de 2014.
Ir para cima «Esboço biográfico e curiosidades». Espirito.org.br.
Ir para cima Lewgoy, Bernardo. A transnacionalização do espiritismo kardecista brasileiro: uma discussão inicial. Relig. soc. [online]. 2008, vol.28, n.1 [cited 2014-09-05], pp. 84-104
Ir para cima Mensagem através da psicografia da médium Ermance Dufaux (uma das médiuns de Kardec) em 1857. Esta mensagem foi encontrada na livraria Leymarie, na França, por Canuto de Abreu. Esta informação consta no livro A missão de Allan Kardec, de Carlos Imbassahy
Ir para cima Holocausto Pela Verdade, palestra de Divaldo Pereira Franco (em DVD)
Ir para cima Os Luminares Tchecos", obra da médium Wera Krijanowskaia, pelo espírito de J.W. Rochester
Ir para cima João Huss na História do Espiritismo, artigo de Wallace Leal V. Rodrigues, publicado no Anuário Espírita de 1973 (órgão do Instituto de Difusão Espírita (IDE), Ano X, N º 10, Araras, SP, pág. 75 –85)
Ir para cima Allan Kardec. Revista Espírita - Abril de 1864 e em O Evangelho segundo o Espiritismo, introdução, item II
Ir para cima «Cartas e Crônicas, ditadas pelo Espírito Irmão X, médium Chico Xavier» (PDF). FEB, 1966. pp. 62-65, capítulo 28 - KARDEC E NAPOLEÃO.
Ir para cima «O Trabalho de Unificação do Movimento Espírita» (PDF). Brasília: FEB, 2002. pp. 127-129.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
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SOARES, Sylvio Brito. Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1961.
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Fonte: Wikipédia


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