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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

483 pessoas foram libertadas de trabalho escravo no Ceará

O Grupo de Fiscalização Móvel de Combate ao Trabalho Escravo libertou um total de 483 pessoas encontradas em trabalho escravo, no Ceará, entre os anos de 2006 e 2014. O grupo é formado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará (SRTE), Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT), Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal.
Somente no ano passado, foram 68 pessoas localizadas em condições degradantes de trabalho. Em 2013, foram 96. O ano em que mais pessoas foram encontradas em situação precária de trabalho foi 2008, com 192 casos. Essas pessoas eram agricultores, pescadores, lenhadores, trabalhavam na produção de carvão ou na limpeza de fios de alta tensão. Em todos os casos, conforme Carlos Leonardo Holanda, procurador Regional do Trabalho no Ceará, as condições do trabalho eram sub-humanas e degradantes.
Segundo ele, o exercício profissional é considerado escravo quando não respeitam a dignidade do trabalhador: eles eram submetidos a uma jornada diária de 18 horas, sem equipamento de proteção individual e em condições de completa falta de higiene. “Muitos desses trabalhadores não tinham consciência de que eram explorados. Defendiam, inclusive, o empregador. Achavam que as condições de trabalho normais eram mesmo aquelas a que estavam submetidos”, afirma.

As características que indicam o trabalho escravo, segundo a SRTE, são normalmente exercidas em atividades forçadas; por dívidas de moradia, alimentação ou transporte com o empregador; com falta de higiene e de equipamentos de proteção individual e com jornada superior a oito horas de trabalhos diários. O grupo deve desenvolver um local de capacitação, ainda sem prazo definido, para as vítimas desse tipo de coerção. (Angélica Feitosa)
Serviço
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas para o Disque 100, da Secretaria dos Direitos Humanos
Saiba mais
Pessoas libertadas no Ceará
2006: 88
2007: 19
2008: 192
2009: 20
2010 a 2012: não foi realizado trabalho de fiscalização
2013: 96
2014: 68
Total: 483
28 de janeiro foi escolhido como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem ao assassinato dos auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, quando apuravam denúncia de trabalho escravo na zona rural de Unaí (MG).
Um total de 121 empregadores foi multado.
O perfil do empregado encontrado pelo MPT em trabalho escravo é formado, em sua maioria, por homens e analfabetos. Com média de idade de 30 anos, 77% deles são nordestinos e 80% negros.
Atividades e locais:
Indústria de cerâmica (Morada Nova), pesca (Aracati), construção de cercas
(Quixeré) e extração da carnaúba (Granja, Viçosa, Groaíras e Caucaia).

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2015/01/29/noticiasjornalcotidiano,3384536/483-pessoas-foram-libertadas-de-trabalho-escravo-no-ceara.shtml

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