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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

SINTIGRACE: Consciência de classe marca a comemoração dos 85 anos de luta, aliada ao reconhecimento dos parceiros e a reafirmação do compromisso com a categoria

O Sindicato da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços Gráficos do Estado do Ceará realizou na última sexta-feira, dia 06/02, a comemoração do aniversário de 85 anos de luta.
O evento ocorreu no CRESSE (Clube Recreativo dos Subtenentes e Sargentos do Exército da Guarnição de Fortaleza), numa grande festa dançante e bem organizada que congregou a categoria dos trabalhadores gráficos do Estado do Ceará, familiares, parceiros e demais convidados.
Coordenada pelo Presidente eleito Rogério Andrade, a mesa de abertura alinhou posicionamentos que relembraram fatos históricos relevantes como os desenvolvidos pelos tipógrafos fluminenses e a realização da primeira greve do Brasil, em 09 de janeiro de 1858. Na ocasião, a população da Corte foi surpreendida pela ausência de exemplares dos jornais da época, em face da paralisação dos oitenta tipógrafos que trabalhavam na produção. Reivindicava-se a melhoria das condições de trabalho e dos salários.

No decorrer do evento várias entidades e personalidade coirmãs foram homenageadas, como o Dieese, representado pelo Sr. Reginaldo Aguiar, a Comissão de Direito Sindical da OAB/CE na pessoa dos Advogados de Entidades Sindicais Thiago Pinheiro de Azevedo e Clovis Renato Costa Farias.
Os trabalhadores gráficos devem se orgulhar dessa diretoria tão combativa, de luta incessante para melhoria das condições de trabalho e salário. Essa categoria tão importante deve comemorar com muito afinco e emoção seus 85 anos de vitórias, bem como se preparar para futuras realidades porque a luta não para”, pontuou o Presidente da COMSINDICAL OAB/CE Thiago Pinheiro.
Clovis Renato, Rogério Andrade, Thiago Pinheiro
Clovis Renato, Vice Presidente da COMSINDICAL OAB/CE, ressaltou a postura combativa dos gráficos no Estado do Ceará, especialmente, diante das dificuldades em enfrentar a grande mídia local que se une à nacional, para desvirtuar os movimentos reivindicatórios da categoria, como ocorreu em uma das últimas greves, em maio de 2012. De regra, os patrões agem contra os trabalhadores ferindo a ampla defesa e o contraditório constitucionais, julgando-os com a pretensão de desacreditá-los para a sociedade, bem como as empresas desrespeitam o direito de greve, contratando trabalhadores no período, fora dos parâmetros legais. Nesse passo, rememorou trechos da Resposta do Sindicato dos Gráficos para o episódio Diário do Nordeste (http://vidaarteedireitonoticias.blogspot.com.br/2012/05/resposta-do-sindicato-dos-graficos-para.html), os quais marcam a realidade enfrentada no cotidiano de lutas:
“A mídia de uma sociedade democrática deve primar por princípios éticos que garantam transparência e primem pela verdade dos fatos.  Boa parte da mídia no Ceará, prima por seus próprios interesses econômicos e sociais. Repetindo uma velha forma de reprodução do discurso hegemônico sobre os movimentos sociais: A total exclusão ou a criminalização.
Em 13 dias de greve dos trabalhadores gráficos, a sociedade só obteve informação desse processo de luta quando foi interessante responsabilizar uma categoria inteira e sua direção sindical por um ato motivado pela segurança da própria empresa.  A luta dos gráficos não existia, ao menos para os leitores cearenses, por que para a categoria que enfrentou práticas ilegais como substituição de grevistas e até o confinamento, ela existe e serve para que pais e mães de família lutem por melhores condições de vida e de trabalho.
E em 23 dias de greve dos operários da construção civil, vimos como é possível a criminalização de um movimento. Embora, a direção da entidade repita constantemente que não incentiva violência, que não fornece bebidas alcoólicas e que defende a liberdade de imprensa. O que vemos é a constante reprodução de noticias que tratam os grevistas como baderneiros, vândalos e bêbados. Chegou-se ao ponto, de se mostrar um trabalhador fumando cigarro Maratá e insinuar que se tratava de um cigarro de maconha.
Imagens de antigos processos de luta são utilizadas para insinuar quebradeira, imagens de funcionários do sindicato fechando um portão são usadas com o mesmo intuito. Uso de câmeras ocultas.  Alegações de agressão e vandalismo, sem comprovação de imagem. E tantas outras formas de manipulação da informação que já foram denunciadas em nota pela entidade sindical.
Generalizam-se as exceções. E o que as entidades solicitam? Que mostrem o que está errado, mas não esqueçam a imparcialidade, consultem os dois lados e não acusem sem provas.
Mas, ontem (29/05) a superação de como a imprensa pode julgar fatos chegou ao seu ápice, buscaram declarações de personalidades do Estado, que se pronunciaram sem ao menos ouvir os dois lados, e, diga-se de passagem, pessoas que em tanto tempo de luta desses trabalhadores, jamais se manifestaram em defesa dessas categorias.
Por que, nenhum desses entrevistados questionou as 28 mortes acontecidas nos canteiros de obra de 2011, até hoje? Por que nenhuma delas questionou por que foram substituídos os grevistas gráficos com contratação de outros trabalhadores? Por que em nenhum momento colocaram-se na defesa da luta dos trabalhadores, ou pediram que os patrões mostram-se mais dispostos em negociar?
Quanto ao dia de ontem, mais uma vez, vimos como uma história pode ser construída.
[...]
pesar desta cobertura fora dos códigos de ética da profissão dos jornalistas. As duas entidades sindicais mais uma vez vêm a público afirmar, que não incentivam violência contra jornalistas e são defensores da liberdade de imprensa (o que é diferente de liberdade de mentira ou de liberdade de empresa).
A revolução não será televisionada...    

No mesmo dia, os patrões (Sindgrafica), também, comemoraram o Dia do Gráfico, o que foi visto como um ataque à história da classe trabalhadora pela categoria.

Thiago Pinheiro de Azevedo
Presidente da COMSINDICAL OAB/CE
Advogado de Entidades Sindicais e Associativas


Clovis Renato Costa Farias
Vice Presidente da COMSINDICAL OAB/CE
Doutorando em Direito pela UFC
Bolsista da CAPES

Advogado de Entidades Sindicais e Associativas

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