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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O lucro dos rentistas está escrito nas estrelas?


Artigo de José Álvaro de Lima Cardoso - Economista do DIEESE e Supervisor Técnico do Escritório de Santa Catarina.
Juros rentistas pagos pelo Brasil:
1.      6% a 8% do PIB do Brasil pagos em juros anualmente, mais de R$ 500 bilhões de reais (gasta-se com o pagamento dos juros da dívida, por ano, o equivalente a 18 vezes o que foi gasto com o Bolsa Família em 15 anos). Bolsa Família gastou em torno de R$ 221 bilhões até o momento, o equivalente a 5 meses pagos de juros da dívida;
2.    Maiores taxas de juros do planeta (países ricos têm taxa negativa; países em desenvolvimento a taxa é em torno de 2% reais);

3.    Rentismo é decisão política e o lobbie tem sido bem sucedido em impedir que haja debate ou renegociação da dívida pública, com consequente redução das taxas de juros anuais pagas pelo país.

Veja a reflexão de outro texto PEC 241, a moratória do contrato social (Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo):
O Brasil, com a maior média de superávit primário entre 2007 e 2015 dentre os países listados (pasmem!), quase 2% do PIB, exibe exuberantes 14,25% de taxa Selic, revertendo quase 10% do PIB aos detentores da dívida pública, que representa menos de 70% do PIB, enquanto a Grécia, que tem uma relação dívida/PIB de 170%, despende aproximadamente 5% do seu PIB com juros.
Surpreendentemente, o texto de proposição do “Novo Regime Fiscal” apresenta, no entanto, oposição e crítica explícita à pedra angular da Lei de Responsabilidade Fiscal, concomitantemente ao reconhecimento do seu caráter pró-cíclico:
“O atual quadro constitucional e legal também faz com que a despesa pública seja prócíclica, quer dizer, a despesa tende a crescer quando a economia cresce e vice-versa.
Surpreendentemente, o texto de proposição do “Novo Regime Fiscal” apresenta, no entanto, oposição e crítica explícita à pedra angular da Lei de Responsabilidade Fiscal, concomitantemente ao reconhecimento do seu caráter pró-cíclico:
“O atual quadro constitucional e legal também faz com que a despesa pública seja prócíclica, quer dizer, a despesa tende a crescer quando a economia cresce e vice-versa.
A imposição de um limite linear e genérico às despesas primárias, como consta na PEC 241, pode deteriorar ainda mais a qualidade do gasto público. 

A imposição de limites cada vez mais restritos às despesas com serviços essenciais, enquanto juros podem exorbitar livremente, sinaliza simultaneamente credibilidade ao rentismo e temor à população de moratória ao contrato social.

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